Existe ainda a ideia de que o ovo aumenta o colesterol e como tal, muitas pessoas limitam o seu consumo a 2 ovos inteiros por semana. Esta ideia surge da lógica de que quanto maior for o valor de colesterol, maior a probabilidade de morrer do coração e, como o ovo é rico em colesterol, o seu consumo deve ser limitado.
Antes de responder à pergunta “Quantos ovos é seguro comer por dia?”, é necessário clarificar alguns pontos essenciais:
- O colesterol é essencial para o organismo, é parte importante das membranas celulares e o constituinte principal de muitas hormonas. Por ser imprescindível e fundamental ao desenvolvimento da vida, o ovo (nomeadamente a gema) é dos alimentos mais ricos em colesterol.
- O colesterol é de tal forma importante que a maior parte é sintetizado no organismo e só cerca de 20 % provém de fontes alimentares. Aliás, o colesterol da dieta pouco ou nada influencia os níveis sanguíneos.
- O colesterol elevado é apenas um fator de risco para as doenças cardiovasculares. Outros parâmetros como a homocisteína, o LDL oxidado, a proteína C reativa e outros marcadores de inflamação são também fatores de risco.
Estudos de intervenção a curto prazo (cerca de 12 semanas) mostram que o consumo regular de ovos (2 a 3 por dia) melhora o perfil lipídico, os carotenoides nas lipoproteínas e reduz vários marcadores de inflamação.
É importante considerar que cada pessoa é uma pessoa e que existe individualidade bioquímica no metabolismo do colesterol que é determinada por diferenças genéticas.
E qual o efeito dos ovos a longo prazo no risco cardiovascular? O consumo de um ovo por dia não aumenta o risco de doença cardiovascular.
Afinal quantos ovos é seguro comer por dia?
Comer 1 ovo por dia, ou seja, 7 gemas por semana, parece ser uma recomendação geral adequada para a maioria das pessoas (incluindo as que têm valores de colesterol acima do máximo estabelecido e as que tomam medicamentos para baixar o colesterol). No entanto, pode ser necessária precaução em indivíduos com doença cardiovascular estabelecida e em indivíduos diabéticos.
Antes de excluir um alimento versátil como o ovo, rico em vitaminas B12, B6, ácido fólico, vitaminas A, D e E, colina, luteína e zeaxantina, zinco e ómega 3, nutrientes essenciais para uma boa saúde cardiovascular, comece por excluir alimentos processados ricos em gorduras e hidratos de carbono de má qualidade como bolachas, biscoitos, folhados, salgados e afins.
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